Hoje me veio em mente um filme: “Os outros” (The Others). Suspense de 2001
ambientado em um mundo bélico e sombrio. Uma mãe se muda com os
filhos para uma mansão isolada. Hábitos doentios são criados. Portas (que não são as da percepção) não são abertas. A luz do sol se torna uma ameaça.
Voltando para o nosso também ficcional mundo, permito-me lançar a
pergunta: quem seriam, de fato, Os Outros?
Os Outros são aqueles
que julgamos. São os amores platônicos que idealizamos. Os Outros
não somos nós. Não são pluralizados. Não são conjugados: são
julgados “in absentia” como traduz o termo latino (usualmente
empregado com jurisprudência). Os Outros são representações que criamos mentalmente. São o nosso "desconhecimento".
Mas continuo a indagar
quem seriam Os Outros. Será que um dia os conheceremos? Seriam Os
Outros a personificação de mentiras que nos cegam? No supracitado
filme, Os Outros eram mortos que ainda viviam. No mundo real, Os
Outros são aqueles que excluímos com a pretensa ilusão de uma
objetiva proteção. Os Outros são o que não podemos ser. Os Outros
são aqueles que não temem a ausência.
Como já foi dito por Sartre, "O inferno são os outros".
Como já foi dito por Sartre, "O inferno são os outros".
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