A inabalável fé de Soraia Eliza
ameniza minha dor.
Verbaliza meus pensamentos.
Finaliza minhas dúvidas frente ao eterno juramento.
Nossos cheiros se confundem.
Nossos corpos se atraem.
Selvagem ou calmamente
da alma gotas caem.
Ela me acenou com um sorriso.
Não era preciso mais que isso.
Me afastou de velhos hábitos
sem perceber que se tornou meu novo vício.
A vi girando,radiante.
A felicidade outrora distante
se fez notar.
Seu olhar iluminado ao sol
me deu algo que o mundo nunca dará.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Os Outros
Hoje me veio em mente um filme: “Os outros” (The Others). Suspense de 2001
ambientado em um mundo bélico e sombrio. Uma mãe se muda com os
filhos para uma mansão isolada. Hábitos doentios são criados. Portas (que não são as da percepção) não são abertas. A luz do sol se torna uma ameaça.
Voltando para o nosso também ficcional mundo, permito-me lançar a
pergunta: quem seriam, de fato, Os Outros?
Os Outros são aqueles
que julgamos. São os amores platônicos que idealizamos. Os Outros
não somos nós. Não são pluralizados. Não são conjugados: são
julgados “in absentia” como traduz o termo latino (usualmente
empregado com jurisprudência). Os Outros são representações que criamos mentalmente. São o nosso "desconhecimento".
Mas continuo a indagar
quem seriam Os Outros. Será que um dia os conheceremos? Seriam Os
Outros a personificação de mentiras que nos cegam? No supracitado
filme, Os Outros eram mortos que ainda viviam. No mundo real, Os
Outros são aqueles que excluímos com a pretensa ilusão de uma
objetiva proteção. Os Outros são o que não podemos ser. Os Outros
são aqueles que não temem a ausência.
Como já foi dito por Sartre, "O inferno são os outros".
Como já foi dito por Sartre, "O inferno são os outros".
sexta-feira, 19 de abril de 2013
O encontro
Você não,ela disse.
Aí "mermão",eu disse não a ela.
Desejei que sumisse,feito.
Mas antes ela ascendeu uma vela em meu peito.
Estava eu eleito.
E meu caminho iluminado.
Pra que sua irmã mais nova
andasse sempre ao meu lado.
Se alimentando da minha dor
ela viu quem eu era.
E dessa relação ela viu surgir
minha essência deveras.
A cada primavera
ela fazia as contas.
Me tragando lentamente
esperava o encontro do filtro com a ponta.
Aí "mermão",eu disse não a ela.
Desejei que sumisse,feito.
Mas antes ela ascendeu uma vela em meu peito.
Estava eu eleito.
E meu caminho iluminado.
Pra que sua irmã mais nova
andasse sempre ao meu lado.
Se alimentando da minha dor
ela viu quem eu era.
E dessa relação ela viu surgir
minha essência deveras.
A cada primavera
ela fazia as contas.
Me tragando lentamente
esperava o encontro do filtro com a ponta.
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